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SAIBA MAIS SOBRE O EUCALIPTO

ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO: 3
1.1 Vantagens Ecológicas E Econômicas De Reflorestamentos Em Propriedades Rurais: 7
2 ANALISE COMPARATIVA ENTRE ATIVIDADES AGRÍCOLAS: 7
2.1 Os cultivos: 7
2.2 Comentários E Discussão: 8
2.3 Pré Requisitos para Formulação de Projetos: 11
2.3.1 Considerações Gerais: 11
2.3.2 Condições Gerais ou Macro Condições: 12
2.3.3 Localização do Projeto: 13
2.3.4 Caracterização Bioclimática da Região: 14
2.3.5 Infra Estruturada Região: 16
2.3.6 Insumos necessários: 18
2.3.7 Mercado do Produto: 19
2.3.8 Cronograma de Implantação: 20
2.3.9 Condição Especifica ou Condições Micro do Projeto: 21
2.3.10 Localização Especifica do Projeto: 22
2.3.11 Aspectos Silviculturais: 23
2.3.12 Colheita Florestal: 24
2.3.13 Estimativa de Custo e Receitas: 24
2.3.14 Avaliação Econômica: 25
2.3.15 Analise e Interpretação dos Resultados 25
2.3.16 Analise de Risco ou Sensibilidade: 25
2.3.17 Conclusões: 26
3 ELEMENTOS COMPARATIVOS: 27
3.1 Média Nacional Custo de Produção de Soja - Plantio Convencional: 27
3.2 Média Nacional Custo de Produção de Milho - Plantio Convencional: 28
3.3 Média Nacional Custo de Produção para Pecuária de Corte: 29
3.3.1 Comentários Pecuária 2004: 30
3.4 Média Custo de Produção para Cultura do Eucalipto Solteiro Clonal e Semente: 33
3.5 Recuperação Áreas Degradadas Consorciando a Cultura do Eucalipto a Lavouras Anuais e Pastagem: 39
4 Observações Adicionais: 40
4.1 Comparativo de Custos de Cultivos Agrícolas e Florestais: 41
4.2 Produtividade: 41
4.3 Uso de agroquímicos e rentabilidade econômica: 42
5 CONCLUSÕES: 44
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 45











DADOS ECONÔMICOS DO EUCALIPTO


MÉTODOS DE ANALISE VIABILIDADE


DE


PROJETOS FLORESTAIS


CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS


E


COMPARATIVOS ENTRE CULTURAS




1 INTRODUÇÃO:
O BRASIL
Informações do setor florestal brasileiro (florestas plantadas e nativas) confirmam, através de vários índices, a sua importância econômica e social: movimenta recursos equivalentes a 4% do PIB nacional, gera cerca de dois milhões de empregos diretos e indiretos, contribui com US$ 2 bilhões em impostos e representa 10% das exportações nacionais, alcançando o posto de segundo maior exportador industrial do País, com um superávit anual de cerca de US$ 3,4 bilhões. Estima-se que as plantações de florestas já existem em mais de 500 municípios brasileiros, integrando ao processo de produção de madeira mais de 60.000 produtores rurais.
Apesar das vantagens comparativas e do porte já atingido no Brasil, o setor ainda é modesto em termos mundiais. A participação brasileira no comércio internacional de produtos florestais corresponde a apenas 1,5% do mercado mundial. Enquanto isso, o Canadá participa com 20,5%; os Estados Unidos, com 11,6% e a Finlândia, com 7,6% do total mundial. Este último país tem a sua economia voltada ao setor florestal, que representa em torno de 50% do PIB nacional, demonstrando assim as nossas potencialidades de mercado em função das nossas potencialidades produtivas.
Com relação a áreas plantadas, o Brasil apresenta uma pequena dimensão, com cerca de 5 milhões de hectares, nove vezes menor que a área da China, três vezes menor que a dos Estados Unidos e menos da metade de países com pequena dimensão territorial ,como Japão e Indonésia.
Das áreas de florestas plantadas brasileiras, 64% são ocupadas com plantio de eucalipto e 36% com pinus, distribuídas pelas regiões Sudeste (56%), Sul (27%), Nordeste (9%), Centro-Oeste (4%) e Norte (4%). O Estado de Minas Gerais é o que apresenta maior área plantada de florestas, com 1.678.700 ha, seguido de São Paulo, com 776.160 ha e Paraná, com 672.130 ha.
Ao contrário de outros setores agroindustriais, que exportam seus produtos principalmente na forma de “comodities” agrícolas, o setor brasileiro de florestas plantadas impulsiona uma cadeia de produção, industrialização e comercialização que agrega valor aos produtos e traz reflexos importantíssimos para a economia do País.
Sob o ponto de vista ambiental, tanto a cobertura florestal nativa, com 394,0000 milhões de hectares, quanto àquelas implantadas para fins de produção, são de extrema importância na proteção do solo e conservação da biodiversidade. As florestas cultivadas são relevantes na proteção do solo e em sua recuperação, e no aumento da capacidade de retenção d’água, que contribui para a regularização de seu fluxo.
O mercado brasileiro de produtos de madeira está em expansão e possui uma tendência projetada de crescimento da ordem de 3-4% ao ano. Com esse incremento anual de demanda, estima-se, para o ano 2010, um déficit nacional de madeira industrial de cerca de 25 milhões de m³, necessitando para isso de uma área plantada de 833 mil ha de florestas.
Para se ter uma idéia das possibilidades de crescimento do setor florestal no Brasil, dos 320 milhões de metros cúbicos consumidos anualmente, apenas 35% vem de florestas plantadas, sendo o restante oriundo de florestas nativas, mesmo com legislação restritiva quanto à possibilidade de corte.
O ESTADO MATO GROSSO DO SUL
A área do Estado é de 35,8 milhões de hectares, os 20% de reserva legal que correspondem a 7,2 milhões de hectare, sendo que destes há uma estimativa segundo informação da FAMASUL – Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul de uma área de pastagem degradada abrangendo 9,0 milhões hectare, que divididos pelo ciclo da floresta (sete anos) nos permitiriam reflorestar anualmente uma sub-área de 1,285,714 milhões de hectares;
Após o sétimo ano (ciclo florestal) esta área anualmente reflorestada produziria 360,10 e 450.13 milhões de metros estéreos (st) de madeira, respectivamente, para madeiras exóticas como Eucalipto onde os volumes estimam aqui as médias máximas e mínimas das espécies plantadas no estado, podendo esses números serem bastante alterados com a introdução de espécies Clonadas para produção de Celulose;
Um programa desta magnitude geraria entre vários outros fatores, um produto com possibilidade de certificação conforme projetos de MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, adicionando benefícios fundamentais no desenvolvimento de nosso estado como o aumento na oferta de emprego e renda das comunidades rurais e a instalação da industria de base de consumo dos produtos florestais, que produzem energia renovável e limpa, bem como a industrialização de nosso estado e a garantia de sustentabilidade da atividade florestal de grande porte. Como exemplo, citamos a recente publicação da vinda e instalação de uma grande industria de papel e celulose como a International Paper, a recuperação das áreas degradadas tornando-as produtivas, protegendo e recuperando de forma significativa os meios naturais bordas de matas ciliares, recuperação das áreas de Reserva legal e principalmente todo o Complexo Hídrico de nosso e Estado;
Esta Mesma biomassa florestal, além de ser renovável e não emissora líquida de Gás Carbônico (CO2 - gás de efeito estufa), possibilitaria um patamar de oferta de energia elétrica muito superior ao atual, o que representa uma excelente oportunidade para a comercialização de excedentes de energia elétrica verde (renovável). Gerando empregos permanentes em maior número, com evasões de divisas muito menor e possibilitando diversos benefícios ambientais quando comparada com as usinas termelétricas a gás natural segundo o Engenheiro Florestal e Doutorando em Planejamento de Sistemas Energéticos pela FEM/UNICAMP; Professor do DEF / CSTR - UFPB, Campus VII, Patos – PB Carlos Roberto de Lima.
Estes aspectos ambientais são significativos para análise da situação florestal do estado , pois se referem á mudanças climáticas, aquecimento global e efeito estufa, uma vez que estudos científicos demonstram crescentes volumes de emissões de CO2 vêm se acumulando na atmosfera terrestre. Esse problema ambiental global tem repercussão local, uma vez que grande parte dessa concentração de CO2 é decorrente do modelo de produção e consumo energético vigente, baseado no uso intensivo de recursos fósseis não renováveis, a exemplo do petróleo e o carvão mineral, conciliado com a destruição de florestas e ecossistemas que atuam reservatórios naturais de dióxido de carbono.
Visando como objetivo principal a estabilização da concentração de gases geradores de efeito estufa na atmosfera estabeleceu-se em Dezembro de 1997 no Japão o Protocolo de Quioto, que países mais industrializados ficam obrigados a reduzir suas emissões de gases geradores de efeito estufa para que se tornem 5,2 % inferiores aos níveis de emissão de 1990. Para isso o Protocolo de Quioto instituiu o desenvolvimento de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo – MDL (Clean Development Mechanism – CDM), que permite que países industrializados financiem projetos de redução ou comprem os volumes de redução de emissões resultantes de iniciativas desenvolvidas em países não altamente industrializados. Semelhante ação, à medida que for sendo normatizada e difundida terá ampla possibilidade de geração de negócios no estado do Espírito Santo, possibilitando o desenvolvimento de práticas inovadoras que resultem em ganhos de produtividade e competitividade.
Sendo assim é urgente a implementação de um programa sério de política e de um planejamento energético estadual não se esquecendo do importante potencial que é a biomassa, mais especificamente a biomassa florestal. Tal programa energético baseado na biomassa florestal permitira ao Estado recompor, num período de 7 anos, toda a sua área de reserva legal. Permitiria, adicionalmente, o seqüestro e a estocagem anual mais de 170,00 milhões de toneladas de Carbono (C) elementar, correspondentes a mais de 650,00 milhões de toneladas de Gás Carbônico (CO2), respectivamente para o Eucalipto.
1.1 Vantagens Ecológicas E Econômicas De Reflorestamentos Em Propriedades Rurais:
A introdução de projetos agrosilviculturais com plantios de espécies como Eucalipto, podem trazer aos produtores rurais benefícios da seguinte ordem:
Ecológicos – Melhoria na conservação do solo, da água e do microclima para as plantas e animais, aumento da biodiversidade, redução dos impactos ambientais negativos locais e regionais e redução das pressões sobre as vegetações naturais remanescentes;


Sociais - Melhoria na distribuição da mão-de-obra ao longo do ano, diversificação da produção, melhoria das condições de trabalho no meio rural e melhoria da qualidade de vida o produtor.
Econômicos - Obtenção de produtos florestais e agrícolas na mesma área, redução das perdas na comercialização, redução dos custos de implantação e manutenção florestal e aumento da renda líquida por unidade de área da propriedade.
Todo este processo pode ser executado através de cultivo solteiro ou de formação de uma atividade consorciada. Várias maneiras de cultivo das essências florestais se apresentam como atividade rural rentável e sustentada, considerando a possibilidade aqui de se lançar mão do mecanismo de arrendamento de terras para condução de projetos florestais de médio prazo, entre outras possíveis utilizações. As referidas terras podem ser ocupadas também para o estabelecimento de bosquetes, plantios florestais puros, cordões de contorno ou faixas de proteção e quebra-ventos. Destacando que os plantios florestais constituem uma atividade que além de menos suscetíveis a pragas e doenças que aos cultivos agrícolas anuais, se constituem em atividades viáveis economicamente.
2 ANALISE COMPARATIVA ENTRE ATIVIDADES AGRÍCOLAS:
2.1 Os cultivos:
• Eucalipto solteiro, no espaçamento de 3m x 2m (1.666 plantas/ha);
• Cultivo anual solteiro e seqüencial de Soja e Milho;
• Bovinocultura de Cria Recria e Corte - Receita e Custos.
A comparação entre as alternativas florestais com o binômio Soja e Milho justifica-se pela grande área ocupada por esse sistema em nosso País e conseqüentemente em nosso Estado.
Foi analisado a quantidade de agro-químicos referente a soma da dosagem média anual dos respectivos insumos utilizado-se a pelos produtores no combate ou prevenção de ervas indesejáveis, doenças e pragas em geral.
A rentabilidade econômica medida através do critério da Relação Benefício/Custo (RB/C), utilizando-se de culturas agrícolas e pecuária , com dados disponíveis no mercado conforme fontes no fechamento deste trabalho e para cultura do Eucalipto consideramos uma taxa de risco de 10 %.
A análise foi realizada levando em conta o período de 01 ano para todo o cultivo respeitando o ciclo das coníferas.
2.2 Comentários E Discussão:
Variáveis consideradas:
Preços: referem-se à média dos valores pagos e recebidos pelos produtores conforme informações tabeladas;
Mão-de-obra:valor alternativo (variando por região assim como custos gerais);
Remuneração da terra: desconsiderado para todas as atividades em função de um gradiente muito diferenciado dos valores de terras no Brasil;
Pecuária considerando valores obtidos em consulta a organismos especializados;
Eucalipto: um corte aos sete anos;
Soja e Milho: cultivados anualmente em sucessão ao longo do período.
Exemplos de indicadores de custos:
Nas Tabelas 2 a 6 são apresentados os indicadores de custos da sucessão soja e milho em plantio convencional, pecuária, eucalipto clonal e semente, respectivamente.
As respectivas tabelas apresentam coeficientes técnicos, preços pagos (insumos e serviços) e recebidos (produtos), produtividade e valor da produção, que servem de referencial para que técnicos e produtores, de acordo com seus preços, produzam com tecnologia e calculem os respectivos custos e própria rentabilidade econômica.
Vale ressaltar que, no caso da soja e do milho, apesar da grande participação do plantio direto no desenvolvimento dessas atividades. Para efeito desse trabalho, para efeito comparativo foram utilizadas neste trabalho , as formas de operações de cultivo realizadas através do sistema tradicional, ou seja, a mecanização através da aração e gradeações do solo (Tabela 2 e 3) até para que se assemelhasse ao cultivo das coníferas.
O nível de tecnologia é evidentemente, um fator de grande importância na condução de todos os procedimentos na condução de Projetos Agrícolas e de Pecuária, pois quando tratamos de incorporar em nossos sistemas produtivos. Variedades ou espécies geneticamente melhoradas ou clonadas, temos que ter em mente que os cuidados com esses elementos deverão também ser redobrados, sem lançar mão do uso de mecanismos de controle na condução destas atividades usando tecnologia de ponta a disposição no mercado. Na condução de projetos agroflorestais como a cultura do eucalipto e utilizando material oriundo de clonagem, temos que perceber que estes povoamentos florestais são mais produtivos sim, porém mais exigentes em seus cuidados . Como por exemplo, a macro competição de alimento, água e luz. Estas populações são sensíveis ao ponto de que se ocorrido uma falha na observação destes fatores e principalmente na questão nutricional do primeiro ano de vida , ocorre um comprometimento que pode ser irreversível quanto às projeções aqui apresentadas neste trabalho. Já os maciços florestais, oriundos de propagação via sementes são mais resistentes às falhas na condução dos projetos permitindo assim uma condução mais rústica e com menos riscos, considerando evidentemente que isto se refletira em menos produção, esta representação se agrega a representação abaixo:
Mais capital e tecnologia  possibilidade de maiores lucros
Maior complexidade e risco  necessidade de melhor gerenciamento.
Uma outra orientação que julgamos ser de fundamental importância na condução de projetos florestais de grande proporção, é de que o tempo de exploração deve hoje ficar condicionado a um corte conforme indicado pelos resultados dos inventários florestais e analisados pelos modelos matemáticos existentes, isto se dá pelo fato de que devido a termos conhecimento da redução apresentada no IMA Incremento Médio Anual de madeira na condução de povoamentos provenientes de rebrotas e hoje principalmente pela evolução tecnológica observada no dia a dia, sete anos é um tempo que certamente teremos produtos florestais competitivos ao ponto de viabilizar o procedimento de destoca da área através de raladores e condução da morte da cepa com herbicidas, promovendo assim o replantio com variedades certamente mais produtivas, ao ponto de se tornar atrativo o replantio destas áreas e não a condução da Rebrota que perde de 15 a 20 % no segundo ciclo e de 25 a 30 % no terceiro ciclo.
Cabe salientar que os números aqui apresentados referem-se ao caso do sistema desenvolvido como Modelo experiências existentes e disponíveis os dados para consulta, indicando assim um evento localizado, sendo que na realidade, devemos sempre ter em mente que cada Região ou fazendas tem suas particularidades, podendo-se encontrar grandes variações quanto ao solo, clima, adaptação de cada atividade escolhida e demais recursos empregados na produção, além das diferenças nos valores de comercialização e valorização imobiliária por oportunidade de negócio e valores pessoais como os objetivos do produtor e sua família, e por este motivo relacionamos abaixo todas as fazes de projeto que devem ser consideradas pelos investidores e por região especifica de produção.
2.3 Pré Requisitos para Formulação de Projetos:
2.3.1 Considerações Gerais:
Normalmente é dada mais atenção à avaliação de projetos do que a sua formulação. Esta é, contudo, uma prática perigosa e que deve ser evitada, pois todo projeto mal formulado será conseqüentemente, mal avaliado. O presente apanhado técnico para formulação de projetos, tem como objetivo apresentar um panorama relacionado aos princípios de organização e formulação de projetos florestais, com referência à produção da Matéria Prima madeira, considerando que se trata de uma formulação genérica, sendo que os projetos locais deverão ser tratados segundo as particularidades de cada um.
Muitas Literaturas, principalmente aquelas oriundas de organismo de fomento ao desenvolvimento nacional e internacional, abordam o assunto, como a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), O Banco Mundial, O BIRD (Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento), a fundação Boticário, o Banco do nordeste, a finep (Financiadora de Estudos e Projetos) , entre outros organismos tratam do assunto com uma visão pouco pratica, o que é irrelevante para o empresário que vai investir dinheiro no processo produtivo e tem como objetivo obter retornos financeiros de seu empreendimento.
As Técnicas ou os métodos de formulação de projetos proposto pelos organismos e entidades envolvidas na cadeia produtiva da madeira em experimentos científicos, visam maior obtenção da satisfação de suas exigências burocráticas.
Não se pode confundir também a formulação de projetos que aqui se pretende tratar com formulação de projetos de pesquisa relacionados com os órgãos financiadores de pesquisa cientifica, como CNPq, FINEP, FAPEMIG, FAPESP, entre outros. Estes projetos são colocados na metodologia cientifica experimental.
Na exemplificação e formulação de projetos que será objeto da presente citação bibliográfica, pretende-se, conforme cita (José Luiz Pereira de Rezende, Antônio Donizete de Oliveira) antes de tudo, ser funcional e preencher o vazio da literatura no que tange aos aspectos práticos buscados pelos investidores. A proposta é organizar formalmente os objetivos almejados, relacionando os meios de que se dispõe para alcançá-los. As técnicas de combinar recursos (humanos e materiais) na consecução dos fins estipulados, bem como a aplicação das metodologias de avaliação de projetos estudados, constituem, também ponto focal desta citação.
Os projetos florestais estão intimamente ligados aos aspectos intrínsecos da natureza, como solo, clima , entre outros. Assim tal circunstância deve ser cuidadosamente analisada. Os princípios básicos são, contudo, gerais e podem ser aplicados com as devidas adaptações, na formulação de projetos de qualquer natureza.
É de grande ajuda pedagógica a divisão dos fatores importantes na formulação de projetos em “fatores Condicionantes Específicos” ou “Micro fatores”.
As Informações necessárias para a formulação de projetos de implantação de maciços florestais com a finalidade de produção de matéria prima florestal (madeira) serão apresentadas a seguir.
2.3.2 Condições Gerais ou Macro Condições:
Consideram-se condições gerais aquelas que são inerentes a quaisquer projetos, sejam eles florestais, agrícolas, industriais ou comerciais.


2.3.2.1 Objetivos:
Todo Projeto tem um objetivo. Nesse ponto deve ser especificado o “Negocio dos Investidores”. A técnica a ser usada nesta etapa: O que será produzido? Onde será produzido? quem produzirá? Quando será produzido? Para quem será produzido? Como será produzido? E quanto será produzido?
A resposta a todas essa perguntas, sem duvida, traduz concretamente os objetivos do projeto.
2.3.2.1.1 O que será Produzido?
Deve-se Caracterizar em detalhe o produto que será produzido; por exemplo, madeira de Eucalyptus sp.
2.3.2.1.2 Qual a Finalidade?
Após a caracterização do que será produzido, deve-se especificar os fins aos quais o produto se destina . Por Exemplo: madeira para a produção de celulose. Contudo, as especificações devem ir alem disso. A finalidade pode ser Consumo próprio (fabrica de celulose), exportação de cavacos ou mesmo madeiras em toretes, ou ainda, abastecimento do mercado interno.
2.3.2.1.3 Quanto será Produzido?
Neste ponto deve-se ter uma idéia inicial do potencial do mercado e de quanto será produzido. Deve-se apontar a necessidade da área em função da produtividade esperada e do grau de aproveitamento da terra. Informações mais detalhadas serão dadas no item Mercado de Produto.
2.3.2.1.3.1 Caracterização ou especificação do Produto a ser Produzido:
Aqui se deve avançar mais no detalhamento do produto a ser produzido; por exemplo: madeira de eucalipto para produção de celulose de fibra curta. Se possível, deve-se nominar a espécie. As características do produto podem e devem ser especificadas com detalhe; por exemplo: Celulose Branqueada de fibra curta obtida de madeira de Eucalyptus sp. Com densidade especifica.
2.3.2.1.3.2 Justificativa Para a Decisão:
A resposta a ser dada aqui se refere à justificativa do porque da decisão de produzir tal produto. Na verdade, é uma justificativa inicial, pois toda a formulação do projeto procura responder a esta pergunta. Assim deve-se dar uma idéia mais avançada da analise pré-viabilidade econômica do projeto, isto é, indicar o mercado potencial, o preço dos produtos , os custos de produção, as vantagens comparativas e o domínio da tecnologia .A justificativa deve culminar com uma indicação do retorno esperado do investimento, comparatividade as alternativas disponíveis ou viáveis.
2.3.3 Localização do Projeto:
2.3.3.1 Descriminação do Local Escolhido:
Trata-se da descrição geral do local escolhido em termos de coordenadas geográficas, estados e município onde se localiza, assim como a distancia dos principais centros de consumo do produto, portos, rodovias e ferrovias .
2.3.3.1.1 Justificativa para a escolha do Local:
Esta justificativa deve ser feita com base na teoria de localização dos projetos estudados, por exemplo, se, na transformação da madeira em celulose, perde-se muito peso, então a fabrica deve estar próxima da matéria-prima.
Neste ponto deve-se fazer com base nessa teoria, referencia a localização em relação ao mercado consumidor, enfatizando as condições e possibilidades de transporte, entre outras.
2.3.3.2 Uso atual da Terra e tendência de uso:
Na formulação de projetos o aspecto relativo a terra é importante ou não, dependendo do seu grau de utilização. Na produção de matéria-prima florestal é necessário dispor de grande quantidade de terra. Sua participação representa cerca de 3 e 8% do custo de produção de madeira para energia e celulose, sendo, portanto, importante sua devida consideração.
O aspecto qualidade, ou produtividade, do solo é um dos mais importantes no que se refere à terra, pois sua variação afeta o custo de produção. Portanto, quanto maior a produtividade da área, menor o custo de produção.
Em locais, onde a posse da terra é muito pulverizada, o custo de aquisição da terra (custo de negociação) é normalmente muito alto, dificultando a instalação de novas empresas, bem como a expansão das empresas já localizadas nessas regiões. Além disso, em pequenas propriedades, o valor das benfeitorias existentes, bem como os valores sentimentais, envolvem a terra.
2.3.4 Caracterização Bioclimática da Região:
Essa caracterização é essencial nos projetos em que os aspectos biológicos são tão importantes quanto os projetos florestais.
2.3.4.1 Precipitação:
Sendo a água essencial para o crescimento das plantas, já que interfere diretamente na produtividade do solo, é importante saber a quantidade, a distribuição e o balanço hídrico da região onde se pretende implantar o projeto. Deve se certificar se as condições de precipitação são condizentes com a necessidade das espécies a serem cultivadas. A ocorrência de secas prolongadas, chuvas de granizo e inundações deve ser buscada em dados históricos e comparada às exigências e resistência da espécie a ser cultivada.
2.3.4.2 Temperatura:
Deve-se conhecer as temperaturas mínimas, máximas e media anual da região e verificar se seus limites são condizentes com as exigências e resistência das essências florestais a serem cultivadas, A ocorrência de secas prolongadas e chuvas de granizo devem ser analisadas .
2.3.4.3 Umidade:
A umidade do ar ao longo do ano é fato importante no crescimento das plantas de modo geral, devendo ser adequadamente analisada.
2.3.4.4 Hidrografia:
A hidrografia se refere à quantidade e distribuição dos cursos d’água existentes na região. Relaciona-se estreitamente com a precipitação e a topografia locais. A importância da hidrografia aumenta com necessidade de irrigação, que, em cultivos perenes como as essências florestais, não é tão importante.
2.3.4.5 Topografia:
A topografia é importantíssima, pois determina o grau de mecanização possível, os custo de transportes de insumos e produtos, entre outros aspectos. Topografia mais plana aumenta o rendimento operacional de maquinas, equipamentos, e mão de obra, o que contribui decisivamente para redução dos custos operacionais. Aumenta também a eficiência de fertilizantes, diminui os custo de construção e conservação de estradas, entre outros efeitos favoráveis.
2.3.4.6 Vegetação e tipologia Florestal:
A vegetação e a tipografia florestal são importantes indicadores da produtividade do solo. Em áreas onde a vegetação original já foi praticamente toda retirada, estes aspectos tornam-se menos importante. A existência de vegetação pode aumentar o custo de implantação dos projetos florestais.
2.3.4.7 Solos:
As características físicas e químicas do solo, conjuntamente com outros aspectos já estudados, determinam a produtividade da área. É , portanto, de grande importância na formulação de projetos à caracterização dos solos da região. Solos pobres exigem fertilização mais intensa, aumentando os custo de produção.
2.3.5 Infra Estruturada Região:
Em projetos de médio a grande porte, o conhecimento da infra-estrutura da região é de grande importância na decisão de implantação dos projetos. Os aspectos de infra-estrutura normalmente examinados pelos investidores serão descritos a seguir. É de se notar que nem todos os aspectos aqui examinados são importantes ou tem o mesmo grau de importância para todos os tipos de projeto.
2.3.5.1 Vias de acesso:
Deve-se observar rodovias, estradas de ferro, possibilidade de transporte marítimo e fluvial para transporte dos insumos necessários e dos produtos produzidos. O transporte aéreo, em caso de projetos ou situações especifica, pode também ser importante. No caso de transporte de pessoal qualificado, a existência de linhas aéreas regulares, com aeroportos próximos à área de implantação do projeto em muitas situações é desejável.
2.3.5.2 Comunicação:
Muitos são os aspectos a serem observados no item comunicação, com destaque para, disponibilidade de linhas telefônicas normais e de telefonia celular; correios; serviços de redes de infovia (internet); linhas regulares de ônibus para as principais regiões no entorno do projeto e linhas aéreas . A comunicação é importante tanto para os altos executivos como para o pessoal técnico, de nível médio e braçal.
2.3.5.3 Hospedagem:
Neste item normalmente é verificada a existência de hotéis e de restaurantes. De modo semelhante ao comentado no item anterior, é preciso analisar se há hotéis e restaurantes para todos os níveis de trabalhadores e não somente para diretores e executivos.
2.3.5.4 Serviço de Saúde:
Deve-se observar o numero de hospitais e de projetos no local ou na “cidade centro mais próxima”. No caso dos hospitais, verifica-se o numero de leitos e a aparelhagem ou os recursos existentes. Em se tratando de médicos, verifica-se a relação medição/habitante e as especializações destes.
2.3.5.5 Serviços Bancários:
Uma rede bancaria condizente com a natureza do projeto pode facilitar o pagamento de pessoal e transferência de recursos .
2.3.5.6 Serviços Mecânicos:
A existência de serviços mecânicos especializados no reparo e na manutenção de carros, máquinas e equipamentos necessários ao andamento do dia-a-dia de um projeto são necessários, pois evita que a empresa tenha de manter oficinas e quadro técnico próprio. A existência de representação técnicas é também fundamental.
2.3.5.7 Empreiteiras ou serviços de Terceiros:
A existência de empreiteiras ou serviços gerais na região de implantação do projeto é de grande importância. A terceirização de serviços gerais é hoje uma realidade.

2.3.5.8 Ensino:
A existência de rede de ensino nos vários níveis , é um fator crucial na decisão de localização ou de implantação de projetos. Para empresas que trabalham com mão-de-obra sem especialização, uma boa rede de ensino de primeiro grau pode ser suficiente, já no caso de empresas que trabalham com mão-de-obra de alta especialização, a exigência com relação à rede escolar é maior. Na formulação de projetos deve-se descrever a rede escolar existente na área de implantação do projeto, nos seus diversos níveis.
2.3.5.9 Lazer:
A qualidade total enfatiza que a saúde mental dos trabalhadores é fundamental para a motivação cotidiana e a produtividade. Infere-se, portanto, que as condições de lazer da região de implantação do projeto são de capital importância. Na formulação de projetos devem-se descrever as oportunidades de lazer da região adequadamente.
2.3.6 Insumos necessários:
Na formulação de projetos, ainda na parte geral, deve-se fazer uma breve descrição dos insumos necessários.
2.3.6.1 Mão-de-obra:
A mão de obra se divide em: especializada (diretores, administradores, engenheiros etc.), qualificada (tratorista, motorista, mecânicos, técnicos agrícolas, secretárias, viveristas etc.) e não-qualificada (trabalhador-braçal). Deve-se certificar se a mão-de-obra requerida pelo projeto esta ou não disponível na região, em quantidade e qualidade.
2.3.6.2 Terra:
Na produção florestal, o fator terra é fundamental, sendo requerido em grande quantidade. No item Caracterização Bioclimatica da Região já foram comentados os principais pontos com relação a esse fator de produção. Ênfase deve ser dada aos aspectos topografia, posse da terra ou tamanho da propriedade, produtividade, valor unitário e outros aspectos do mercado.
2.3.6.3 Bens de Capital:
Na formulação dos projetos deve-se inicialmente relacionar as maquinas e os equipamentos necessários. É preciso verificar se esses insumos podem ser obtidos a preço competitivos na região de implantação.
2.3.6.4 Mercado de Insumos:
Antes de implantar um projeto, deve-se certificar das condições do mercado local dos fatores de produção a serem usados.
2.3.6.5 Oferta Quantitativa e Qualitativa:
Um projeto florestal usa, em grande quantidade, insumos como terra, mão-de-obra, equipamentos, ferramentas, fertilizantes e defensivos (sendo que os defensivos se diluem ao longo dos anos). Devem-se analisar as condições do mercado para esses insumos terra e mão de obra, por sua importância, são analisados à parte. No caso dos demais insumos, devem-se localizar e descrever os mercados. É importante saber se os insumos necessários podem ser comprados no mercado local ou regional, se o fluxo de oferta é regular etc.
2.3.6.6 Concorrência ou Alternativas:
Quanto maior o numero de fornecedores dos insumos requeridos e quanto mais próximos se encontram do local de implantação do projeto, mais garantias e tem de se dispor dos fatores de produção necessários em quantidades e qualidade, no local e no tempo desejado. Havendo monopólio no fornecimento de insumos, seus preços serão, em conseqüência, menos competitivos.
2.3.6.7 Fluxo de Oferta:
De preferência, a disponibilidade dos insumos deve ser continua sem apresentar sazonalidade. A falta de um insumo na quantidade e qualidade necessária atrasa e encarece os produtos, pois o não cumprimento de compromisso a com fornecedores diminui os preços de venda do produto e fortalece a concorrência do futuro empreendimento.
2.3.7 Mercado do Produto:
Saber vender é tão importante quanto saber produzir, sendo, portanto, necessário conhecer o mercado atual e o potencial do produto produzido. Para produtos novos, esta é uma tarefa mais difícil do que para produtos tradicionais.
2.3.7.1 Qualidade do Produto:
A correta caracterização do produto a ser produzido, bem como sua padronização, é fator determinante do sucesso ou insucesso do empreendimento. O mercado de qualquer produto vai se tornando cada vez mais exigente. Já se foi o tempo em que produzir um produto de mais baixa qualidade para ser vendido um pouco mais barato era compensador. O consumidor, hoje, exige qualidade. Deve-se ter em mente que todo aquele que não progride continuamente, com o tempo, deixa de ser bom.
2.3.7.2 Descrição do Mercado comprador do produto:
Quanto maior os conhecimentos do mercado consumidores do produto, maior são as possibilidades de sucesso do empreendimento. O fato de se conhecer o número de fornecedores (concorrência) do mesmo produto, bem como o numero de compradores ou as possibilidades de expansão da oferta pelos demais produtores, deve ser levado em conta.
2.3.7.3 Fluxo da Procura:
Devem ser analisados os dados históricos da demanda do produto. Quanto mais longa a série temporal para qual se dispõe de dados, tanto melhor. Se o produto a ser produzido apresenta demanda crescente, há maior segurança para o produtor. O conhecimento do mercado comprador do produto, como perfil dos consumidores, canais de comercialização, entre outros, interfere diretamente na viabilidade econômica do projeto.
2.3.7.4 Preço dos Produtos:
O preço atual do produto a ser produzido , seu comportamento e sua evolução nos últimos anos, assim como sua tendência futura, são informações imprescindíveis na formulação de projetos. Produtos tradicionais, com maior número de usos alternativos e poucos substitutos, apresentam menor risco de variação de preço.
2.3.8 Cronograma de Implantação:
O projeto deve ser subdividido em fases ou atividades coesas que facilitam sua especificação e compreensão. A própria formulação ou elaboração do projeto é uma dessas fases. No caso de um projeto de produção de madeira de Eucalipytus sp, o cronograma de implantação pode conter as atividades constantes na Tabela 01, relativas aos dois primeiros anos da implantação. Deve-se estipular o tempo em meses necessários para executar cada atividade. Assim, por exemplo, na atividade de construção de estradas gastam-se dois meses (abril e maio do ano um), já para a atividade de locação e construção das benfeitorias, seriam necessários quatro meses (junho, julho, agosto e setembro do ano um).
Algumas ou todas as atividades constantes na Tabela - 01 podem ser especificadas em sub atividades, casos seja necessário maior detalhamento para o seu planejamento.
2.3.8.1 Infra Estrutura:
É o levantamento topográfico da área, a construção de estradas e aceiros, a construção de cercas, a marcação de talhões, a localização e construção do viveiro, a localização e construção de sede e escritórios . A caracterização, a especificação técnica e a relação dos insumos necessários e custo das atividades irão ser apresentadas nas condições micro ou especificas do projeto conforme exemplificamos a seguir. O que se deve fazer aqui é especificar o tempo necessário para cada atividade e os dias e meses do ano para inicio e fim de cada atividade.
2.3.9 Condição Especifica ou Condições Micro do Projeto:
Nas condições gerais, não se analisa em detalhe nenhuma atividade do projeto. Elas funcionam como tipo de analise de pré-viabilidade econômica. Projetos que não passam na analise de pré-viabilidade devem ser descartados. Os projetos escolhidos vão ser analisados em detalhe, com cada uma de suas sub-atividades sendo especificadas e analisadas nos seus aspectos técnicos e econômicos.
• Exemplo: Tabela - 01 – Cronograma de implantação de um projeto de produção de madeira de Eucalyptus spp.
Atividade Ano 1 Ano 2
J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D
Localização e aquisição de terra X X X
Abertura de estrada X X
Locação e construção de benfeitorias X X X X
Locação dos talhões X X X
Localização e aquisição de Mudas X X X
Transporte de Mudas X X X X X X
Desmatamento X X
Preparo do solo X X X
Plantio X X X
2.3.10 Localização Especifica do Projeto:
2.3.10.1 Especificação de sua Localização:
A localização do projeto é detalhada. Os acessos são caracterizados em termos de qualidade de estradas e trafegabilidade.
2.3.10.2 Mapeamento da Área:
Devem ser feitos os mapeamentos de uso e ocupação dos solos (caracterização ambiental da propriedade) e o levantamento topográfico georreferenciado da área. Se possível, deve ser feito um levantamento planialtimétrico que permita conhecer as declividades e o grau de aproveitamento da área. Em fim mapear os Recursos Hídricos, estradas existentes, pastagens, remanescentes nativos e devem ser localizados geograficamente geoposicionados.
2.3.10.3 Estabelecimento de Infra-Estrutura:
É preciso marcar as divisas e especificar os insumos necessários, com custos e rendimentos técnicos para a construção de cercas. As estradas e os aceiros devem ser especificados e localizados no mapa. As maquinas das estradas (tipo de piso, largura etc.) e dos aceiros, os rendimentos técnicos e os custos devem ser especificados.
2.3.10.4 Descrição e Localização dos Talhões:
É necessário proceder a localização, marcação e especificação (tamanho e forma) dos talhões em projeto e após a marcação e instalação à campo.
2.3.10.5 Especificação e localização das estradas primarias e secundárias:
A quantidade e qualidade das estradas dependem do tipo de produto a ser produzido e transportado, da tecnologia usada e do método de exploração. Todos esses parâmetros devem estar corretamente avaliados antes de ser decidido sobre a especificação e localização das estradas. Os equipamentos a serem usados, os rendimentos operacionais e os custos devem ser especificados assim como suas capacidades de suporte ao tráfego pretendido ou estimado.
2.3.10.6 Localização e especificação das construções:
Devem-se proceder à identificação e descrição das construções necessárias, como escritórios, garagens, depósitos, alojamentos e casa de hospede . É preciso também especificar o tamanho, a qualidade, a localização, o tempo necessário para a construção, o material necessário e os custos.
2.3.11 Aspectos Silviculturais:
Todos os aspectos silviculturais, desde a seleção da espécie até a formação da floresta, devem ser identificados, descritos, qualificados e quantificados, tanto em termos físicos quanto monetários.
2.3.11.1 Seleção de espécie:
A seleção de espécie a ser plantada deve ser feita tomando-se por base a finalidade da madeira produzida e confrontando essas características com aquela (s) espécie (s), escolhida (s). As exigências silviculturais, como o solo, clima e distribuição de chuvas devem ser adequadas.
2.3.11.2 Métodos ou Tratos Silviculturais e de Manejo:
Os métodos silviculturais (reprodução, plantio, capinas e os de manejo (espaçamento, desrama, desbaste, controle fitossanitário, combate à formiga, controle de doenças e fertilização) devem ser qualificada e quantificada, isto é, devem se caracterizar cada sub-atividade, inclusive com rendimento operacionais e custos unitários.
2.3.11.3 Manutenções Anuais:
Em se tratando de manutenções anuais, como conservação de estradas e aceiros, combate a formigas, manutenção de cercas, vigilância, administração, aquisições anuais de insumo e pequenas ferramentas e custo das terras ,deve–se descrever cada uma dessas atividades e a maneira como são executadas, quantificando os insumos necessários e os rendimentos operacionais.
2.3.12 Colheita Florestal:
2.3.12.1 Justificativa do sistema adotado:
Deve-se justificar a adoção do sistema. Se o sistema escolhido foi, por exemplo, o de toras curtas, deve-se, com base na teoria, justificar o porque da escolha.
Um dos principais pontos a serem observados na cultura do eucalipto, é o ponto de corte, o que significa estagnação de crescimento por intercompetição entre as plantas em nutrientes, luz e água, considerada o ponto de corte ou raleamento, sendo que esta curva de crescimento deve ser acompanhada através do desenvolvimento de Inventários florestais anuais, que determinarão através de programas computadorizados através de um Modelo Matemático o momento ideal de corte indicando com muita precisão o mês ideal para desenvolvimento de colheita, e assim sucessivamente para condução das atividades de cortes para quaisquer finalidades possíveis na cultura de povoamentos florestais com Eucalypto sp.
2.3.12.2 Descrição do sistema:
Descrever o sistema, detalhando os equipamentos usados, as especificações técnicas, os rendimentos e custos operacionais, o grau de mecanização e a necessidade de mão-de-obra.
2.3.13 Estimativa de Custo e Receitas:
Até aqui se deve fazer uma analise técnico-econômica dos custos por atividade. É contudo, importante uma visão geral dos Custos e Receitas.
2.3.13.1 Estimativas de Custos Totais:
Para estimar o custo total, geral ou por fases do projeto, operações em tabelas ou quadros simplificam e ajudam a entender a analise.
2.3.13.2 Estimativa das Receitas:
Normalmente, descapitalizam-se todos os custos para o inicio das atividades, que serve como ponto de referencia. As receitas são obtidas ao longo do tempo, multiplicando-se o volume produzido pelos valores da madeira.
Para se comparar com os custos efetuados, as receitas devem ser capitalizadas ou descapitalizadas para o mesmo ponto no tempo no qual se encontram os custos.
2.3.14 Avaliação Econômica:
De posse de todas as informações de custos e receitas e analisadas a viabilidade técnica do projeto, procede-se então à avaliação econômica. Quando a analise leva em conta custos e receitas apenas do ponto de vista privado é conhecida como “Avaliação econômica ou financeira de projetos”. se os custos e receitas (benefícios) são considerados do ponto de vista social, a avaliação é conhecida como analise de custo – beneficio”.
2.3.14.1 Escolha de Métodos de Avaliação Econômica:
Conforme discutido anteriormente, cada critério econômico fornece informações especificas que outros não indicam. Assim, recomenda-se usar mais de um critério, até todos, se for possível.
2.3.14.1.1 Os critério ou métodos mais recomendados são:
• - Valor atual (VA) ou Valor Presente Liquido (VPL);
• - Taxa Interna de Retorno (TIR);
• - Custo (ou Beneficio) Periódico Equivalente (CPE ou BPE);
• - Custo Médio de Produção (CMPr);
• - Razão Beneficio (receita)/Custo (B/C);
• - Tempo de Recuperação do Capital.
2.3.15 Analise e Interpretação dos Resultados
Depois de realizados os cálculos, são necessários para análise apurada dos resultados; identificar, por exemplo, os itens de custo mais importantes; apontar a significância relativa de cada item; determinar a faixa de variação dos custos para qual o projeto, ainda, é economicamente viável .
2.3.16 Analise de Risco ou Sensibilidade:
A análise de risco consiste em determinar as faixas de mudança nos parâmetros que não inviabilizam o projeto. Por exemplo, para um dado valor do produto no mercado (1 m3) esta em US$ 11,00, quanto ele pode subir sem inviabilizar o projeto?
É importante analisar a tendência do mercado tanto para fatores como para produtos.
Na analise de sensibilidade é verificada para verificação quanto aos efeitos de mudanças (percentuais ou absolutas) nos parâmetros, nos resultados e nos indicadores econômicos. A faixa de variação deve ser determinada com cuidado. Por exemplo, se o valor da terra jamais esteve acima de US$ 3.000,00/há e tem apresentado tendência de baixa por longo tempo, não faz sentido testar a sensibilidade dos resultados a aumentos no preço do fator acima deste nível.
Há diversos programas (softwares) e critérios que podem ser usados como instrumental para analise de risco.
2.3.17 Conclusões:
Deve-se, finalmente, concluir se o projeto é ou não economicamente viável, se recomenda ou não sua implantação, quais os aspectos que merecem observações mais cuidadosas e monitoramento mais apurado, bem, como comparar os resultados encontrados com os retornos econômicos de outros projetos alternativos.


3 ELEMENTOS COMPARATIVOS:
3.1 Média Nacional Custo de Produção de Soja - Plantio Convencional:
• TABELA - 2. Custos e produtividade das culturas da soja (valores/ha):
PRODUTO: SOJA SAFRA 2004/2005
PRODUTIVIDADE: 3120 KG/HA OU 52 SC/HA MÊS DE REFERÊNCIA: JULHO/04
ESPECIFICAÇÃO R$/HA R$/60KG PARTICIPAÇÃO (%)
1 Operação de máquinas e implementos 117,29 2,26 7,71
2 Despesas de manutenção de benfeitorias 5,21 0,10 0,34
3 Mão-de-obra temporária 2,60 0,05 0,17
4 Sementes 92,82 1,79 6,11
5 Fertilizantes 220,96 4,25 14,53
6 Agrotóxicos 465,86 8,96 30,64
7 Despesas gerais 18,09 0,35 1,19
8 Transporte externo 37,72 0,73 2,48
9 Recepção/secagem/limpeza/armazenagem 24,06 0,46 1,58
10 Assistência técnica 18,46 0,36 1,21
11 Proagro/seguro 27,30 0,53 1,80
12 Juros 48,94 0,94 3,22
TOTAL DOS CUSTOS VARIÁVEIS (A) 1.079,31 20,76 70,99
1 Depreciação de máquinas e implementos 50,43 0,97 3,32
2 Depreciação de benfeitorias e instalações 13,90 0,27 0,91
3 Sistematização e correção do solo 23,84 0,46 1,57
4 Seguro do capital 7,56 0,15 0,50
5 Mão-de-obra permanente 90,99 1,75 5,98
SUB-TOTAL (B) 186,72 3,59 12,28
6 Remuneração do Capital próprio 68,22 1,31 4,49
7 Remuneração da terra 186,07 3,58 12,24
SUB-TOTAL (C) 254,29 4,89 16,73
TOTAL DOS CUSTOS FIXOS (B+C) 441,01 8,48 29,01
CUSTO OPERACIONAL (A+B) 1.266,03 24,35 83,27
CUSTO TOTAL (A+B+C) 1.520,32 29,24 100,00
Fonte: SEAB / DERAL / DEB
SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO - SEAB
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL - DERAL
DIVISÃO DE ESTATÍSTICA BÁSICA - DEB



3.2 Média Nacional Custo de Produção de Milho - Plantio Convencional:
• TABELA 3. Custos e produtividade da cultura do milho (valores/ha).
PRODUTO: MILHO (1ª SAFRA) SAFRA: 2004/2005
PRODUTIVIDADE: 7980 KG/HA OU 133 SC/HA
ESPECIFICAÇÃO R$/HA R$/60KG PARTICIPAÇÃO (%)
1 Operação de máquinas e implementos 155,80 1,17 8,20
2 Despesas de manutenção de benfeitorias 5,21 0,04 0,27
3 Mão-de-obra temporária 2,71 0,02 0,14
4 Sementes 196,53 1,48 10,35
5 Fertilizantes 458,66 3,45 24,15
6 Agrotóxicos 300,72 2,26 15,83
7 Despesas gerais 22,39 0,17 1,18
8 Transporte externo 96,48 0,73 5,08
9 Recepção/secagem/limpeza/armazenagem 64,00 0,48 3,37
10 Assistência técnica 22,84 0,17 1,20
11 Proagro/seguro 33,78 0,25 1,78
12 Juros 61,16 0,46 3,22
TOTAL DOS CUSTOS VARIÁVEIS (A) 1.420,28 10,68 74,77
1 Depreciação de máquinas e implementos 67,41 0,51 3,55
2 Depreciação de benfeitorias e instalações 13,90 0,10 0,73
3 Sistematização e correção do solo 23,84 0,18 1,26
4 Seguro do capital 9,32 0,07 0,49
5 Mão-de-obra permanente 90,99 0,68 4,79
SUB-TOTAL (B) 205,46 1,54 10,82
6 Remuneração do Capital próprio 87,73 0,66 4,62
7 Remuneração da terra 186,07 1,40 9,80
SUB-TOTAL ( C ) 273,80 2,06 14,41
TOTAL DOS CUSTOS FIXOS (B+C) 479,26 3,60 25,23
CUSTO OPERACIONAL (A+B) 1.625,74 12,22 85,59
CUSTO TOTAL (A+B+C) 1.899,54 14,28 100,00
Fonte: SEAB / DERAL / DEB
SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO - SEAB
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL - DERAL
DIVISÃO DE ESTATÍSTICA BÁSICA - DEB

3.3 Média Nacional Custo de Produção para Pecuária de Corte:
• TABELA 4. Receita, custo e lucratividade da pecuária de corte Cria intensiva (valores/ha):
ITEM ESCALA
500 UA 1.500 UA 7.500 UA
CUSTO (R$/ ESCALA)
Folha de pagamento 18.771 80.493 247,011
Encargos Sociais 4.129 17.708 54.342
Insumos
Sal mineral 8.703 25.221 122.229
Sal proteinado 5.267 14.006 63.973
Concentrados 1.425 5.016 27.016
Vermífugos 863 2.605 13.111
Vacinas 3.447 10.413 52.415
Sêmen 2.418 7.365 37.380
Outros 875 5.250 26.251
Pastagens
Limpeza 600 1.678 7.759
Calcário 10.000 30.510 155.177
Sementes 800 2.136 10.862
Cercas e benfeitorias - - -
Manutenção 3.049 6.260 24.683
Tratores e veículos aquisição animais
Combustíveis 26.850 52.300 134.000
Peças e serviços 23.400 41.200 113.200
Compra de Gado 883 2.684 13.641
Administração
Viagens 3.600 5.700 21.000
ITR 167 509 2.586
Contabilidade 2.160 2.400 13.200
Escritório - - 16.800
Energia e Telefone 1.700 2.800 9.700
Sede 700 1.300 4.800
Assessorias 1.800 2.400 4.800
Diversos (R$) 9.783 28.665 114.354
Custo (R$/ escala) 131.390 348.619 1.291,13
Receitas (um/escala)
Vendas (cabeças)
Vacas 85 246 1.184
Bezerras 72 225 1.172
Bezerros 157 473 2.367
Receitas (R$/escala) 142.356 423.934 2.100.793
Rentabilidade (R$/escala) 10.966 75.315 809.659
Custo (R$/UA) 262,78 232,41 172,15
Receita (R$ / escala) 284,71 282,62 280,11
Rentabilidade (R$/UA) 21,93 50,21 107,95
Estimativa do uso de água (m3/ cabeça) 28,3 28,3 28,3
Fonte: Anualpec
Elaboração: Fundação Getulio Vargas / Centrode Estudos Agrícolas.


3.3.1 Comentários Pecuária 2004:
• Indicadores Pecuários CNA/CEPEA-USP;
• Referente às variações de Janeiro a Outubro/2004.
Custos da pecuária fecham o ano com alta superior a 10%.
Os custos totais da pecuária de corte devem fechar o ano com aumento superior a 10%.
Assim, para o pecuarista manter seu nível de lucratividade, seria necessário repor as perdas ocasionadas pelos aumentos de custos. No entanto, os preços da arroba de boi recuaram 2%, no acumulado dos dez meses deste ano. Apesar das expectativas de recuperação das receitas com a entressafra, em outubro, a média do mês ficou ainda 0,4% abaixo da taxa de setembro, enquanto os custos totais cresceram mais 0,70% e os operacionais, 0,68%. Até outubro, o acumulado dos custos totais ultrapassava os 9% e os custos operacionais 7%; enquanto a inflação (IGP-M) atingia 10,69%. Embora os números justifiquem as reclamações dos produtores, também explicam o aumento do consumo. Em 2004, o brasileiro deverá consumir cerca de 500 mil bois a mais do que em 2003, considerando um crescimento econômico em torno de 4,5%.
O setor também contribuiu significativamente para o ótimo resultado da balança comercial agropecuária. As previsões de exportações de carne bovina, em 2004, são de 1,7 milhão de toneladas em equivalente carcaça, com receitas de US$ 2,3 bilhões. Para obter tal produção, serão adquiridos cerca de 10% de insumos importados, como medicamentos, suplementos minerais e combustíveis, o que significa que apenas US$ 230 milhões seriam gastos com importações, restando o saldo positivo superior a US$ 2,07 bilhões.
A simples avaliação da relação de preços e custos mostra que o sucesso das exportações não chegou para a maioria dos pecuaristas. Alguns produtores, no entanto, chegaram a receber até R$ 69,00 por arroba de frigoríficos exportadores. Para entender essa situação, vale o exemplo:
um pecuarista paulista recebeu, no dia 3 de maio de 2004, a oferta de R$ 67,00, à vista, por arroba; em 24 de maio, o mercado futuro chegou a apontar R$ 70,25 a arroba para outubro – para vender 100 bois de 17 arrobas a serem entregues no dia 30 de outubro de 2004. Naquele momento, o custo de produção do seu boi era de R$ 59,00 a arroba. Suas opções eram as seguintes: vender por R$ 67,00 ou optar por esperar que as cotações chegassem a R$ 72,00, conforme previa o mercado.
Passados cinco meses, é fácil dizer que ganharam aqueles que não especularam. O custo de produção da arroba, de hipotéticos R$ 59,00 em maio, no Estado de São Paulo, chegou a R$ 61,71 em outubro. No dia 29 deste mês, o pecuarista paulista recebeu R$ 60,46 (média dos últimos cinco Indicadores ESALQ/BM&F de outubro, à vista), com perda de R$ 1,25 por arroba vendida, considerando apenas o custo operacional efetivo. Se tivesse optado por uma venda antecipada, o retorno seria de R$ 5,29 por arroba. A rigor, o comprador que ofertou R$ 67,00 deveria estar quebrando. Mas, hoje, o comprador está operando no mercado futuro e não dá sinais de dificuldades financeiras, pois quando fez a compra dos animais, pagando R$ 67,00 ou mais, repassou os riscos da operação aos especuladores profissionais.
Até então, somente o mercado da soja utilizava operações financeiras com freqüência, consideradas sofisticadas para o mercado de boi. Neste ano, no entanto, a evolução dos custos em ritmo mais acelerado do que os preços servirá de incentivo às operações de futuro. O setor pecuário mostra que está superando, em parte, as perdas de margem (a diferença entre os custos e os preços de vendas dos animais terminados) por meio de operações financeiras. Neste momento, em que os custos de produção estão em alta, a arroba do boi, para maio de 2005, está sendo comercializada a R$ 66,00. O momento é de verificar custos, fazer projeções com o indicador de custos e tomar o caminho Disparam preços dos adubos com a chegada das chuvas Com a chegada das chuvas nos Estados do Centro-Oeste e Sudeste, os insumos mais demandados passam a ser as sementes forrageiras e os fertilizantes, utilizados na formação, reforma e manutenção, coincidindo com a intensificação do plantio de soja e algodão, entre outros.
Neste período, define-se a área a ser alocada para pastagem ou agricultura. Embora muitos agricultores adquiram os fertilizantes anteriormente, boa parcela deixa as compras para a época do plantio, pressionando a demanda, juntamente com os pecuaristas que procuram formar ou fazer manutenção das pastagens.
Como resultado, os preços dos adubos tendem a aumentar de forma generalizada. Goiás, porém, foi exceção no último mês. O excesso de oferta levou à queda de 1,51% nos preços dos fertilizantes, ao contrário do que ocorreu em São Paulo e Mato Grosso do Sul, que apresentaram altas de 6,78% e 2,26%. O encarecimento dos adubos, que representam cerca de 4% dos custos totais, tende a diminuir os investimentos em pastagens – sobretudo diante dos preços atuais do boi, o que pode comprometer a produtividade da pecuária em médio prazo, que é baseada na produção a pasto.
• Indicadores Pecuários CNA/CEPEA-USP
• Referente às variações de Janeiro a Outubro/2004
• www.cepea.esalq.usp.br * cepea@esalq.usp.br

3.4 Recuperação Áreas Degradadas Consorciando a Cultura do Eucalipto a Lavouras Anuais e Pastagem:
Uma outra opção para o desenvolvimento de projetos sustentado, ideal para uso em pequenas propriedades e para recuperação de áreas degradadas, dispomos de tecnologias apropriadas as regiões agrícolas, onde encontram-se instalados os solos de melhor qualidade e evidentemente mais argilosos, propícios a implantação de lavouras, que em muitas vezes são utilizados com a implantação de forrageiras para produção de carne, nestas áreas propomos uma metodologia de consócio intercalando, em um primeiro momento o plantio de Eucalipto com Culturas anuais nos seus primeiros 02 (dois) anos, para que após recuperado os solos sejam implantadas as forrageiras novamente e desenvolvidos os projetos de pecuária em consócio com o Eucalipto, propiciando com isto as seguintes ocorrências e benefícios:
1 – A implantação do Eucalipto em um espaçamento de 10,0 X 2,0 totalizando 500,00 árvores por hectare;
2 – Realizar o Plantio da cultura de Arroz de Sequeiro:
2.1. – Benefícios: Correção dos solos e Adubação com dupla função, incorporação de matéria orgânica, sombreamento a conífera e sustentabilidade do projeto;
3 – Realizar o Plantio da leguminosa Soja:
3.1 – Benefícios: ao segundo ano, incorporando novamente corretivos de fertilidade, fixando nitrogênio, incorporando matéria orgânica e promovendo a sustentabilidade do projeto;
4 – Do segundo ao terceiro ano deve-se ocorrer à implantação da forrageira, e após a sua completa formação, deve ocorrer a introdução do rebanho;
5 – Com este sistema instalado, espera-se os seguintes benefícios:
5.1 – Sombreamento das pastagens;
5.2 – Incorporação de matéria orgânica;
5.3 – Redução do gasto de energia por parte do rebanho para resfriamento do corpo convertendo assim esta energia em ganho de peso e evidentemente de produção;
5.4 – Redução de infestação de pragas inerentes a estas pastagens;
5.5 – Ao final dos 10 anos, espera-se uma produção de 1,0 m3 por árvore prevendo-se assim 500,00 m3 por hectare, esta madeira tem aptidão para utilização em serrarias.


4 Observações Adicionais:
Apesar de nossas considerações, referente à apresentação das expectativas referentes a projetos de giro como Carvão e Celulose, apresentando apenas os custos, a produtividade e o valor da produção do eucalipto com corte aos 7 anos, mas o produtor vai ter sempre a opção de aproveitar a rebrota observando sua viabilidade por região, em função de vários indicativos da condução deste procedimento, fazer os devidos tratos culturais (desbaste, adubação, capinas, combate a formigas, etc.) e realizar outros cortes subseqüentes, aos 14 e 21 anos, outra forma de exploração é a de raleamento ou desbaste, reduzindo gradualmente o número de árvores por hectare, realizando os aproveitamentos com as seguintes considerações abaixo discriminadas:
1 – Na comercialização de postes para cercas e palanques até 5,0 metros deve ser considerado que já foi realizado um aproveitamento para carvão vegetal que representa 50% do povoamento instalado remunerando o capital em 50% dos valores aqui descritos para atividade de carbonização da madeira e devemos considerar ainda que no aproveitamento da madeira para postes ocorre a disponibilização de um resíduo de aproximadamente 30 % do volume esperado para produção de carvão agregando valor a esta atividade e opção de condução;
2 – Na comercialização de madeiras para serraria deverão ser realizados 02 desbastes sendo um aos cinco ou sete anos de idade vai depender do comportamento da floresta e outro aos 10 a 12 anos chegando ao fim aos 15 anos um povoamento com 500 árvores por hectare, com uma expectativa média de 1 m3 por árvore considerando que aproximadamente 66 % da floresta já tenha sido explorada remunerando o capital e dando sustentabilidade ao projeto;
3 – A Recuperação de Áreas Degradadas, deve sempre estar sendo levado em conta, sendo ela com propósitos ambientais na recuperação de Reserva legal ou Recuperação da capacidade produtiva das terras, obrigando de qualquer forma, o produtor investir um volume considerado de recursos, além da exclusão destas áreas do sistema produtivo de forma temporária ou definitiva, considerando somente a recuperação da potencialidade dos solos sem ser levado em conta ou previsto à instalação de curvas de nível, recuperação de cercas com a própria madeira, recuperação Ambiental, etc.
4.1 Comparativo de Custos de Cultivos Agrícolas e Florestais:
Particularmente, nas atividades florestais pode-se constatar que os custos do primeiro ano ou de implantação da atividade são bastante elevados. O custo médio das atividades florestais refere-se ao custo total (implantação, manutenção) já que para comercialização consideramos a floresta em pé, sendo assim foram desprezados os custos com exploração através da coleta destas florestas, e assim todos os custos foram divididos pelo período considerado de 07 anos, esta questão se baseia em precisão da informação onde a exploração e transporte de material florestal esta diretamente ligado a infra-estrutura local variando consideravelmente este índice de custo. Para os cultivos da soja e do milho já que são plantados anualmente, os custos de implantação e médios são os mesmos.
• TABELA 7. Custos de implantação e custos médios das atividades analisadas.
Atividades Custos (R$/ha.ano) 15 anos
Média por ano plantio e manutenção
Soja 1.520,32
Milho 1.899,54
Eucalipto 600,00
4.2 Produtividade:
Na maioria das atividades florestais não há colheitas ou produções anuais. Este é o caso, por exemplo, do Eucalipto que possibilita a realização de colheitas somente após o quinto ou sétimo ano do plantio; e os cortes são normalmente realizados aos 7, 14 e 21 anos após o plantio. Assim, para facilitar a comparação das diferentes atividades, os valores de produção florestal foram fixados pelo período total de produção (7 anos), sendo, portanto, anualizadas (Tabela 8).
• TABELA 8. Indicadores de produtividade média das atividades analisadas (valores/ha).
Atividades Produtividade média/ha.ano
Soja 3.120 kg/ha ou 52 sc/ha
Milho 7.980 kg/ha ou 133 sc/ha
Eucalipto Clonal 45 m3/ha ano
Eucalipto propagação via semente 35 m3/ha ano
Observamos que a cultura do Eucalipto tem expectativas de lucros com atividade básica sem agregar valor aos produtos florestais é esperada em torno de Rentabilidade R$ 860,00 a R$ 1.000,00/hectare/ano e agregando valor aos produtos obtidos a rentabilidade esperada é de R$ 2.000,00/há/ano.


4.3 Uso de agro químicos e rentabilidade econômica:
Os coeficientes médios anuais de uso de agroquímicos como; formicidas, herbicidas, inseticidas e fungicidas nas culturas da soja e milho foram significativamente maiores que as respectivas dosagens nos plantios florestais, a que menos representa significância em termos ambientais é o rebanho pelo fato da utilização localizada destes pesticidas, mas a atividade tem reflexos econômicos significativos com a utilização a cada dia mais intensa destes produtos.
A rentabilidade econômica medida através da Relação Benefício/Custo (RB/C) comprova que as atividades florestais, (eucalipto) são economicamente mais rentáveis aos produtores que a sucessão anual da soja, do milho e pecuária.
Apesar das vantagens ambientais e econômicas dos plantios florestais, é importante ressaltar a demora da realização da produção (a partir de cinco a sete anos), enquanto que em grande parte dos cultivos agrícolas anuais o produtor realiza a colheita em torno de três meses do plantio, isto implica em cultura de uma visão de longo prazo e sustentável.
• TBELA 9. Indicadores de uso de agroquímicos.
Variáveis Agroquímicos (kg ou l/ha)
Soja + Milho 8,0
Eucalipto 0,3
Além da rentabilidade econômica e menor uso de agroquímicos já expostos, o plantio de árvores apresentam as seguintes vantagens adicionais:
Podem ser implantados em áreas de menor valor da propriedade;
Em sistemas agroflorestais (combinação de cultivos simultâneos e seqüenciais de espécies arbóreas nativas e/ou introduzidas com cultivos agrícolas, hortaliças, fruteiras, criação de animais, etc.) produzem alimentos e madeira na mesma área;
Contribuem para a redução da erosão do solo;
Apresenta maior flexibilidade de calendário das operações de cultivo como: preparo do solo, plantio, tratos culturais, manejo e exploração;
Apresentam menores riscos técnicos de produção.
Proteção e recuperação dos recursos naturais, incluindo os recursos hídricos hoje tão agredidos e alterados por ações antrópicas.
É importante ressaltar que neste trabalho avaliou-se apenas as variáveis de uso de agroquímicos e rentabilidade econômica direta de plantios florestais embora esses plantios e/ou a preservação da cobertura florestal apresente uma série de outros indicadores ou benefícios de grande importância, principalmente, no que se refere a captura de carbono, melhoria da qualidade da água, ar, solo e micro clima,economia ecológica, preservação e recuperação ambiental, dentre outros, como os benefícios expostos e/ou analisados por May (1995) e Motta (1998).


5 CONCLUSÕES:
Os indicadores apresentados comprovam que os plantios florestais são atividades mais ecológicas e economicamente rentáveis para os produtores rurais.
A racionalização do uso das terras através dos plantios de árvores preserva o ambiente e aumenta a renda da propriedade rural.
Os plantios florestais podem constituir uma poupança verde para os produtores rurais.
Os plantios florestais, se constituem no “ÚNICO” mecanismo viável que dispomos hoje, para que tiremos a pressão imensurável propiciada pelo Mercado Mundial diretamente ligado a atividades e produtos do setor rural, oriundos dos povoamentos Naturais ou Nativos e mesmo da sua substituição para expansão da Fronteira Agrícola, de forma que poderemos estar comprometendo seriamente todos os ecossistemas do planeta, e ainda mais a “ÚNICA” forma de atendermos as necessidades de implementação de medidas mitigadoras e compensatórias, necessárias ao atendimento de um grande Passivo Ambiental gerado pela humanidade através dos séculos de sua ocupação na terra.
Campo grande 14 de abril de 2005







Geosul Geoprocessamento e Meio Ambiente Ltda
Rubens Nogueira da Rosa
Engo Florestal – 45376/D-MG


6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- MAY, P.H. ECONOMIA ECOLÓGICA Aplicações no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1995. 179p.
- MOTTA, R.S. Manual para valoração econômica de recursos ambientais. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 1998. 216p.
- PASSOS, C.A.M.; COUTO, L. Sistemas agroflorestais potenciais para o Estado do Mato Grosso do Sul. In: SEMINÁRIO SOBRE SISTEMAS FLORESTAIS PARA O MATO GROSSO DO SUL, 1., 1997, Dourados. Resumos. Dourados: EMBRAPA-CPAO, 1997. p.16-22. (EMBRAPA-CPAO. Documentos, 10).
- RODIGHERI, H.R. Rentabilidade econômica comparativa entre plantios florestais e sistemas agroflorestais com erva-mate, eucalipto e pinus e as culturas do feijão, milho, soja e trigo. Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1997. 36p. (EMBRAPA-CNPF, Circular Técnica, 26).
- Analise econômica e social de projetos florestais/José Luiz Pereira de Rezende, Antônio Donizete de Oliveira. – Viçosa: UFV, 2001. 399p.:il
- Potencial de Produção e Disponibilidade de Madeira em Mato Grosso do Sul e Estimativa de Consumo e potencial de mercado de Madeira EXÓTICA para mato grosso do sul, em anexo, Secretaria da Produção e do Turismo de MS e de responsabilidade RAC - Assessoria e Consultoria Florestal Ltda julho de 2003 (Anexo).